Parasitologia

Introdução à Parasitologia

História da Parasitologia Humana

• Registros históricos 5.000 a 3.000 A.C.
• Paleoparasitologia
• 300 espécies de helmintos
• 70 espécies de protozoários
• 280 espécies causam infecção rara e/ou acidental
• 90 espécies parasitam humanos

História da Parasitologia Humana

Parasitismo

• É uma associação entre organismos de espécies distintas, na qual se observa além de associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variado.

Conceitos básicos

• Parasito (protozoário ou metazoário)
• Hospedeiro (acidental, intermediário ou
definitivo)
• Vetor (inseto, ácaro ou mamífero)
• Habitat

Nomenclatura Científica

Ascaris lumbricoides
Ascaris sp.
Ascaris spp.

Zoonose (animais silvestres transmissível para humanos)

Epizootia (doença que ataca grande número de animais da mesma espécie simultaneamente)
Antroponose (humanos)

Meio ambiente – Fatores físicos

Biológicos
Sócio-econômicos

Conceitos Básicos

Modalidades de parasitismo

• Em relação ao número de hospedeiros:

Monoxeno
Heteroxeno

• Em relação ao tempo de permanência
no hospedeiro

Permanente
Acidental

• Em relação à especificidade parasitária:

Estenoxeno
Eurixeno

• Em relação à localização:

Ectoparasito
Endoparasito

• Em relação ao tipo de hospedeiro:

Definitivo
Intermediário

• Em relação ao Vetor:

Biológico
Mecânico
Ação dos parasitos
Espoliativa
Tóxica
Irritativa
Mecânica
Enzimática

Fatores: virulência, carga parasitária, idade, estado nutricional, imunidade

Mecanismos de transmissão

• Fecal – Oral (ingestão)
• Oral
• Vetorial
• Congênita
• Sexual
• Percutânea ou Transcutânea

Importância do estudo da parasitologia na Medicina:

Conhecimentos fundamentais para o diagnóstico, a compreensão da patologia, da epidemiologia, da terapêutica e profilaxia das doenças parasitárias.

Fatores associados às doenças:
  • Crescimento desordenado das cidades
  • Baixa qualidade das condições de vida e higiene das comunidades (água, esgoto e lixo..)
  • Desastres naturais
  • Hábitos e costumes
  • Nível de instrução da população
História da Parasitologia Humana

Esquistossomose no Brasil
.
Enteroparasitas

Em Santa Catarina apenas 10,38% da população dispõe de serviços de coleta e tratamento de esgotos, indicador que põe o estado em posição constrangedora no cenário nacional.

Fonte: Editorial do DC 06/07/06.

Relação direta com Saneamento

Preparação e manipulação de alimentos

Mecanismos efetores da Resposta Imune

Macrófagos, neutrófilos e plaquetas constituem a 1ª linha de defesa

• Porta de entrada é importante:

– As cercárias de Schistosoma mansoni penetram a pele;
– Os tripanosomas e parasitos da malária que entram pelo sangue são
removidos pelo fígado e baço;

• Resposta de fagocitose é potencializada pela presença de anticorpos que serão fundamentais na citotoxicidade celular dependente de anticorpos (ADCC).

Eosinófilos matam larva de esquistossoma

Alguns mediadores químicos

• Macrófagos produzem reativos intermediários do oxigênio (ROI) após fagocitose.

• Algumas citocinas potencializam ativação de macrófagos (IFN-γ e TNF-α), que passam a secretar NO.

• O NO contribui para resistência do hospedeiro na maioria das infecções parasitárias, incluindo leishmaniose, esquistossomose e malária.

• Neutrófilos liberam H2O2 para destruição extracelular.

Papel dos eosinófilos nas helmintoses

• São importantes nas infecções helmínticas.

• Dano celular ocorre após ligação em antígenos cobertos por IgG ou IgE.

• Eosinófilos degranulam proteína básica principal (MBP) que causa dano nos parasitos (ex.esquistossômulos).
– Dano limitado ao parasito, devido proximidade de contato.

• Participam da lesão granulomatosa do ovo do esquistossoma.

• Tipo da célula T envolvida depende do estágio do ciclo de vida.

• As células Th1 são importantes nos estágios iniciais da malária – papel imunoprotetor da citocina IFN-γ

• As células Th2 auxiliam na produção de anticorpos.

Papel das células T na Resposta Imune

Imunidade contra nematódeos intestinais

Papel dos anticorpos nas infecções parasitárias

Mecanismos de escape do parasito

Algumas vias de escape

• Alguns parasitos utilizam moléculas do SI:

– Parasitos da Leishmania infectam macrófagos através do receptor do complemento.

• Parasitos podem resistir à destruição pelo complemento:

– L. tropica - facilmente destruída pelo complemento e causa uma lesão na pele.
– L. donovani - 10 vezes mais resistente ao complemento e dissemina-se pelas vísceras.

• Infecção evitando a rota fagocítica:
– Ex. Toxoplasma gondii e Leishmania (via CR1).

Algumas vias de escape

• Resistência aos ROI e enzimas intracelulares

• Variação antigênica
– Glicoproteína varíavel de superfície (VSG) de T. brucei.

• Inibição da expressão de MHC classe II

• Imunossupressão

• Liberação de antígenos solúveis pelos parasitos
– Plasmodium falciparum: antígenos S ou termoestáveis
diluem anticorpos circulantes.

Giardia lamblia ou G. intestinalis

Cisto
Trofozoita
Filum Diplomonadida
Fam. Hexamitidae
Gen. Giardia
Cisto

Morfologia

Trofozoíta

Corpos parabasais
Flagelos
Axonema
Núcleo Cariossoma
Disco suctorial
Giardia lamblia
Cistos 12-15m 6-8m
Giardia lamblia

Ciclo de vida
Giardia lamblia

Zoonose Epidemiologia:

Distribuição mundial

Atinge principalmente crianças

Surtos epidêmicos veiculados por água
Prevalência (5 a 35%)
Transmissão: Fecal Oral
Àgua e alimentos
Período de incubação
(3 a 7 dias)
Giardia lamblia
Giardia lamblia

Distribuição temporal dos casos de giardíase

Giardia lamblia

Sintomas principais
• Diarréia gordurosa
• Dor epigástrica
• Enterite
• Perda de peso
• Irritação
• Inapetência
• Vômito
• Flatulência

Giardia lamblia

Diagnóstico
Período negativo

Parasitológico
(pesquisa de cistos
/trofozoitas)
Imunológico
Molecular
Giardia lamblia

Tratamento:
Metronidazol
(Giarlan)
Albendazol

Trichomonas vaginalis - Tricomoníase

Ordem Trichomonadida , Familia Trichomonadidae

Três especies parasitan o homem:

Trichomonas vaginalis (cavidades genitais
e urinárias do homem e da mulher).
Trichomonas tenax (cavidade oral).
Trichomonas hominis (intestino grosso).

Definição

É uma DST causada pelo Trichomonas vaginalis considerada uma uretrite não gonocócica.
Atinge principalmente mulheres e homens sexualmente ativos

Trichomonas vaginalis - Tricomoníase

Morfologia:

Trofozoita

Ciclo Biológico

Transmissão
Contato sexual

Trichomonas vaginalis - Tricomoníase
Trichomonas vaginalis – Tricomoníase - OMS, 2001

América Latina e Caribe: 2,1%
Brasil; 3,6%
Barbados; 8%
Nicarágua; 27,5%
Chile
África: 9,9%
República Central da África; 41,4%
África do Sul
Trichomonas vaginalis – Tricomoníase - OMS, 2001

Manifestações Clínicas da Tricomoníase:

Mulheres frequentemente apresentam infecções sintomáticas

Vaginite acompanhada de corrimento profuso amarelo ou amarelo-esverdeado fétido (leucorréia)

Vulvovaginite e Cervicite

Dor pélvica, Disúria, dispauremia de intróito

Período de incubação 1 a 4 semanas

Homem apresenta infecção frequentemente assintomática
Uretrite, epididimite e prostatite.
Vulvovaginite Cervicite

Trichomonas vaginalis - Tricomoníase

-Secreção vaginal
-Urina de primeiro jato matinal
-Secreção
uretral

Microorganismo móvel

Exame direto
Preparação corada
Cultivo (lento)

Diagnóstico Laboratorial

Diagnóstico Laboratorial:

Exame microscópico de preparações a fresco ou coradas
Imunofluorescência direta (sensível + cara)
Cultura do parasito (resultados demoram de 3 a 7 dias)

Tratamento:
Instituído sob supervisão médica e deve incluir todos os parceiros sexuais.
Fármacos de escolha (Metronidazol, ornidazol e tinidazol).

Trichomonas vaginalis - Tricomoníase

Diagnóstico Diferencial:
Candidíase
Gonorréia
HPV

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