A fumaça originada da combustão pode causar morte ou graves lesões por 3 mecanismos básicos: injúria do trato respiratório pelo calor do ar respirado, asfixia por falta de oxigênio e irritação direta da árvore pulmonar pelas substâncias químicas inaladas.
a. Lesão térmica pela fumaça
As lesões térmicas pela fumaça, ou seja, as queimaduras causadas pelo calor da fumaça nas vias aéreas, geralmente se limitam à região da orofaringe. O contato das vias respiratórias com ar muito quente estimula o fechamento da glote, diminuindo a passagem de calor para dentro dos pulmões.
b. Asfixia
A lesão pelo calor pode provocar grave edema (inchaço) das vias aéreas, obstruindo a passagem do ar para os pulmões, de modo semelhante ao que ocorre em casos de alergia grave e edema de glote. Sem conseguir respirar, o indivíduo morre por asfixia.
No ar ambiental que respiramos, cerca de 21% do volume é composto por oxigênio. Em incêndios, a concentração de oxigênio cai pela metade, sendo insuficiente para a oxigenação do sangue e das células, levando os pacientes à hipoxemia (falta de oxigênio no sangue).
Além da queda da concentração de oxigênio no ar, a aspiração de outras substâncias na fumaça, como monóxido de carbônico e/ou cianeto também podem provocar asfixia.
O cianeto age de forma semelhante ao monóxido de carbônico, sendo considerado uma das substâncias mais venenosas que conhecemos. Gases de cianeto são produzidos a partir da combustão de materiais como lã, seda, poliuretanos, poliacrilonitrilas, náilon, resinas de melamina e plásticos.
Além da queda da concentração de oxigênio no ar, a aspiração de outras substâncias na fumaça, como monóxido de carbônico e/ou cianeto também podem provocar asfixia.
O cianeto age de forma semelhante ao monóxido de carbônico, sendo considerado uma das substâncias mais venenosas que conhecemos. Gases de cianeto são produzidos a partir da combustão de materiais como lã, seda, poliuretanos, poliacrilonitrilas, náilon, resinas de melamina e plásticos.
O ambiente tem oxigênio, o paciente consegue respirá-lo, mas os pulmões não conseguem levá-lo ao sangue, às células e aos tecidos do organismo, pois as hemoglobinas estão “ocupadas”, preenchidas com outras substâncias como monóxido de carbônico e/ou cianeto.
c. Lesão das vias aéreas por substâncias químicas inaladas
A fumaça de um incêndio é uma mistura de partículas e de gases aquecidos, sendo impossível saber exatamente a sua composição. Os produtos que estão sendo queimados, a temperatura do incêndio e a quantidade de oxigênio disponível para combustão podem alterar o tipo de fumaça produzida.
Em geral, nas fumaças há grande quantidade de substâncias irritativas às mucosas do sistema respiratório. Exemplos de irritantes químicos encontrados em incêndios incluem: dióxido de enxofre, amoníaco, cloreto de hidrogênio e cloro. Estas substâncias, quando em contato com as mucosas da árvore respiratória, provocam intensa reação inflamatória, levando à extravasamento de líquidos, formação de edemas, produção de muco, descamação do epitélio, morte celular e necrose do tecido pulmonar. Todos esses eventos contribuem para uma menor capacidade de funcionamento do pulmão, podendo causar insuficiência respiratória aguda.
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