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Macarrão instantâneo - Miojo - Traz risco a Saúde?

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Em 1958 o japonês Momofuku Ando criou o macarrão instantâneo, popularmente conhecido como Miojo no Brasil. O macarrão é um pré-cozido preparado com o acréscimo de água.

O preparo rápido ocorre devido ao pré-cozimento durante a fabricação. O produto e seu tempero, porém, podem significar um problema à saúde caso sejam consumidos em excesso.

Ingredientes do Miojo: 
  • Farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico;
  • Gordura vegetal;
  • Fécula de mandioca;
  • Sal;
  • Ovo integral em pó;
  • Reguladores de acidez;
  • Carbonato de potássio e carbonato de sódio;
  • Vitaminas PP, B6, B2 e B1;
  • Estabilizantes tripolifosfato tetrassódico e fosfato de sódio monobásico;
  • Corante beta-caroteno.
Ingredientes do tempero: 
  • Caldo de carne;
  • Açúcar;
  • Batata em pó;
  • Cenoura em pó;
  • Salsa em flocos;
  • Realçadores de sabor glutamato monossódico;
  • Inosinato dissódico e guanilato dissódico; 
  • Antiumectante dióxido de silício;
  • Podem conter traços de aipo, leite, camarão, peixe, mostarda e gergelim. 
Estes valores se referem ao Nissin Lámen Turma da Mônica.

Processo de Fabricação 

  1. A primeira parte do processo de fabricação é a criação da massa. A mistura da massa é feita até que cada partícula de farinha atinja todas as partículas de água.
  2. Em seguida a massa é enrolada em folhas, descansando por 45 minutos, Esse processo permite que o glúten se desenvolva de maneira adequada, dando a textura final que se espera no produto.
  3. As folhas de massa são cortadas em tiras, e o macarrão instantâneo começa a ganhar forma.
  4. Ele é cortado novamente na máquina até que é embalado.
O miojo é frito antes de ser resfriado a fim de que o macarrão fique seco.

Riscos para a saúde

De acordo com pesquisas, o tempero pronto do macarrão instantâneo possui um volume de sódio 16% maior que o corpo humano deve consumir durante um dia. Em apenas um pacote de tempero a cota diária a uma pessoa é atingida.

Outro problema é o fato de o macarrão ser assado e depois frito, elevando sua gordura em calorias.

Em uma porção ele possui 420 calorias. Num macarrão convencional, 90 gramas significam 315 calorias.

Portadores de pressão alta devem ter ainda mais cuidado ao consumir tal produto. O miojo é rico em sal e gordura, o que pode fazer com que a pressão se eleve.

O glutamato monossódico, composto presente no macarrão instantâneo, é uma substância que pode causar reações diversas sendo: 
  • Dores de cabeça;
  • Enxaquecas;
  • Náusea;
  • Sudorese; 
  • Queimação no peito;
  • Predisposição.
Dica Saudável 

Para que o prato fique mais saudável o segredo para um consumo adequado do miojo é colocar verduras e legumes e substituir o tempero presente na embalagem por temperos frescos  como alho e cebola.

Alimentos Ultraprocessados nutricionalmente desbalanceados


A fabricação de alimentos ultraprocessados (como biscoitos recheados, salgadinhos “de pacote”, refrigerantes e macarrão “instantâneo”), feita em geral por indústrias de grande porte, envolve diversas etapas e técnicas de processamento, além de muitos ingredientes, como sal, açúcar, óleos, gorduras e substâncias de uso exclusivamente industrial. Devido a isso, os alimentos ultraprocessados são nutricionalmente desbalanceados.

Além disso, eles tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos in natura ou minimamente processados. As formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.

A função desse processamento é estender a duração dos alimentos ou, mais frequentemente, dotá-los de cor, sabor, aroma e textura que os tornem extremamente atraentes.

Uma forma prática de distinguir alimentos ultraprocessados de alimentos processados é:

- Consultar a lista de ingredientes que, por lei, deve constar dos rótulos de alimentos embalados.



- Se houver um elevado número de ingredientes (cinco ou mais) e, sobretudo, ingredientes com nomes pouco familiares (gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose) significa que o produto é um alimento ultraprocessado.

Diferentemente dos alimentos processados, a imensa maioria dos ultraprocessados é consumida, ao longo do dia, substituindo alimentos como frutas, leite e água ou, nas refeições principais.

Por que evitar o consumo de alimentos ultraprocessados?

Há muitas razões para evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como o consumo excessivo de calorias e o impacto que suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo têm sobre a cultura, a vida social e sobre o meio ambiente.

Alimentos ultraprocessados têm composição nutricional desbalanceada

Os ingredientes principais dos alimentos ultraprocessados fazem com que eles sejam ricos em:

- Gorduras ou açúcares e, muitas vezes, simultaneamente ricos em gorduras e açúcares.


- Alto teor de sódio, devido ao sal adicionado.

Para que tenham longa duração e não se tornem rançosos precocemente, os alimentos ultraprocessados são frequentemente fabricados com gorduras que resistem à oxidação, mas que tendem a obstruir as artérias do nosso corpo. São particularmente comuns em alimentos ultraprocessados:

- Óleos vegetais naturalmente ricos em gorduras saturadas e gorduras hidrogenadas, que, além de ricas em gorduras saturadas, contêm também gorduras trans.

Alimentos ultraprocessados tendem a ser:

- Muito pobres em fibras, essenciais para a prevenção de doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer. A ausência de fibras decorre da ausência ou da presença limitada de alimentos in natura ou minimamente processados nesses produtos.

- Pobres também em vitaminas, minerais e outras substâncias com atividade biológica que estão naturalmente presentes em alimentos in natura ou minimamente processados.

Em paralelo ao crescente conhecimento de profissionais de saúde e da população em geral acerca da composição nutricional desbalanceada dos alimentos ultraprocessados, nota-se aumento na oferta de versões reformuladas desses produtos, às vezes denominadas light ou diet. Entretanto, com frequência, a reformulação não traz benefícios claros. Por exemplo, quando o conteúdo de gordura do produto é reduzido à custa do aumento no conteúdo de açúcar ou vice-versa. Ou quando se adicionam fibras ou micronutrientes sintéticos aos produtos, sem a garantia de que o nutriente adicionado reproduza no organismo a função do nutriente naturalmente presente nos alimentos.

O problema principal com alimentos ultraprocessados reformulados é o risco de serem vistos como produtos saudáveis, cujo consumo não precisaria mais ser limitado. A publicidade desses produtos explora suas alegadas vantagens diante dos produtos regulares (“menos calorias”, “adicionado de vitaminas e minerais”), aumentando as chances de que sejam vistos como saudáveis pelas pessoas.

Assim, em resumo, a composição nutricional desbalanceada inerente à natureza dos ingredientes dos alimentos ultraprocessados favorece doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer, além de contribuir para aumentar o risco de deficiências nutricionais. 

Ademais, embora cada aditivo utilizado nesses produtos tenha que passar por testes e ser aprovado por autoridades sanitárias, os efeitos de longo prazo sobre a saúde e o efeito cumulativo da exposição a vários aditivos nem sempre são bem conhecidos.

Alimentos ultraprocessados favorecem o consumo excessivo de calorias


Alimentos ultraprocessados “enganam” os dispositivos de que nosso organismo dispõe para regular o balanço de calorias. Em essência, esses dispositivos (situados no sistema digestivo e no cérebro) são responsáveis por fazer com que as calorias ingeridas por meio dos alimentos igualem as calorias gastas com o funcionamento do organismo e com a atividade física. 

Dito de modo bastante simplificado, esses dispositivos tendem a subestimar as calorias que provêm de alimentos ultraprocessados e, nesta medida, a sinalização de saciedade após a ingestão desses produtos não ocorre ou ocorre tardiamente.

Como consequência, quando consumimos alimentos ultraprocessados, tendemos, sem perceber, a ingerir mais calorias do que necessitamos; e calorias ingeridas e não gastas inevitavelmente acabam estocadas em nosso corpo na forma de gordura. O resultado é a obesidade.

A elevada quantidade de calorias por grama, comum à maioria dos alimentos ultraprocessados, é um dos principais mecanismos que desregulam o balanço de energia e aumentam o risco de obesidade.

A quantidade de calorias dos alimentos ultraprocessados varia de cerca de duas e meia calorias por grama (maioria dos produtos panificados) a cerca de quatro calorias por grama (barras de cereal), podendo chegar a cinco calorias por grama, no caso de biscoitos recheados e salgadinhos “de pacote”. Essa quantidade de calorias por grama é duas a cinco vezes maior que a da tradicional mistura de duas partes de arroz para uma de feijão.

Outros atributos comuns a muitos alimentos ultraprocessados podem comprometer os mecanismos que sinalizam a saciedade e controlam o apetite, favorecendo, assim, o consumo involuntário de calorias e aumentando o risco de obesidade. Entre esses atributos, destacam-se:

Hipersabor: com a “ajuda” de açúcares, gorduras, sal e vários aditivos, alimentos ultraprocessados são formulados para que sejam extremamente saborosos, quando não para induzir hábito ou mesmo para criar dependência. A publicidade desses produtos comumente chama a atenção, com razão, para o fato de que eles são “irresistíveis”.

Comer sem atenção: a maioria dos alimentos ultraprocessados é formulada para ser consumida em qualquer lugar e sem a necessidade de pratos, talheres e mesas. É comum o seu consumo em casa enquanto se assiste a programas de televisão, na mesa de trabalho ou andando na rua. Essas circunstâncias, frequentemente lembradas na propaganda de alimentos ultraprocessados, também prejudicam a capacidade de o organismo “registrar” devidamente as calorias ingeridas.

Tamanhos gigantes: em face do baixo custo dos seus ingredientes, é comum que muitos alimentos ultraprocessados sejam comercializados em recipientes ou embalagens gigantes e a preço apenas ligeiramente superior ao de produtos em tamanho regular. Diante da exposição a recipientes ou embalagens gigantes, é maior o risco do consumo involuntário de calorias e maior, portanto, o risco de obesidade.

Calorias líquidas: no caso de refrigerantes, refrescos e muitos outros produtos prontos para beber, o aumento do risco de obesidade é em função da comprovada menor capacidade que o organismo humano tem de “registrar” calorias provenientes de bebidas adoçadas.

Como a alta densidade calórica e os demais atributos que induzem o consumo excessivo de calorias são intrínsecos à natureza dos alimentos ultraprocessados, a estratégia de reformulação aqui é pouco aplicável.

Alimentos ultraprocessados tendem a afetar negativamente a cultura, a vida social e o ambiente

As razões descritas até aqui, tomadas em conjunto, já seriam suficientes para justificar a recomendação de evitar o uso de alimentos ultraprocessados, que, por natureza, não são saudáveis.

Mas há outras razões para evitá-los. Estas são relativas ao impacto da sua produção, distribuição, comercialização e consumo na cultura, na vida social e no ambiente, afetando também, indiretamente, a saúde e o bem-estar das pessoas.

- Impacto na cultura: marcas, embalagens, rótulos e conteúdo de alimentos ultraprocessados tendem a ser idênticos em todo o mundo. As marcas mais conhecidas são promovidas por campanhas publicitárias milionárias e muito agressivas, incluindo o lançamento, todos os anos, de centenas de produtos que sugerem falso sentido de diversidade. Diante dessas campanhas, culturas alimentares genuínas passam a ser vistas como desinteressantes, especialmente pelos jovens. A consequência é a promoção do desejo de consumir mais e mais para que as pessoas tenham a sensação de pertencer a uma cultura moderna e superior.

- Impacto na vida social: alimentos ultraprocessados são formulados e embalados para serem consumidos sem necessidade de qualquer preparação, a qualquer hora e em qualquer lugar. O seu uso torna a preparação de alimentos, a mesa de refeições e o compartilhamento da comida totalmente desnecessários. Seu consumo ocorre com frequência sem hora fixa, muitas vezes quando a pessoa vê televisão ou trabalha no computador, quando ela caminha na rua, dirige um veículo ou fala no telefone, e em outras ocasiões de relativo isolamento. A “interação social” usualmente mostrada na propaganda desses produtos esconde essa realidade.

- Impacto no ambiente: a manufatura, distribuição e comercialização de alimentos ultraprocessados são potencialmente danosas para o ambiente e, conforme a escala da sua produção, ameaçam a sustentabilidade do planeta. Isso fica simbolicamente demonstrado nas pilhas de embalagens desses produtos descartadas no ambiente, muitas não biodegradáveis, que desfiguram a paisagem e requerem o uso crescente de novos espaços e de novas e dispendiosas tecnologias de gestão de resíduos. 


A demanda por açúcar, óleos vegetais e outras matérias primas comuns na fabricação de alimentos ultraprocessados estimula monoculturas dependentes de agrotóxicos e uso intenso de fertilizantes químicos e de água, em detrimento da diversificação da agricultura. 

A sequência de processos envolvidos com a manufatura, distribuição e comercialização desses produtos envolve longos percursos de transporte e, portanto, grande gasto de energia e emissão de poluentes. A quantidade de água utilizada nas várias etapas da sua produção é imensa. 

A consequência comum é a degradação e a poluição do ambiente, a redução da biodiversidade e o comprometimento de reservas de água, de energia e de muitos outros recursos naturais.

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