Alerta sobre Hidroclorotiazida - Câncer de Pele



A ANVISA divulgou nesta semana um alerta sobre o uso contínuo e prolongado da hidroclorotiazida e câncer de pele. De acordo com o esclarecimento do laboratório AstraZeneca, a hidroclorotiazida deixa a pele mais sensível à luz e por isso quando exposta aos raios solares fica mais predisposta às lesões cancerosas. 


É importante, portanto, que todas as pessoas - especialmente as que possuem a pele muito branca e que tomam este medicamento - fiquem em estado de alerta. Quaisquer lesões com aspecto pouco usual ou mais persistentes devem ser averiguadas por um profissional de saúde.

A hidroclorotiazida é um diurético comumente prescrito para tratamento da hipertensão ou de outras condições clínicas que cursam com alterações renais e/ou circulatórias. Muitas pessoas o utilizam continuamente, posto que é um medicamento com eficácia comprovada.

O câncer de pele não-melanoma é o tipo de câncer de pele mais frequente no Brasil e acomete mais frequentemente pessoas de pele clara e/ou que ficam muito tempo expostas ao Sol sem proteção.

Caracteristicamente aparece como uma mancha na pele, que pode ser avermelhada ou mais escura. Ardem, coçam, descamam ou sangram. Não melhoram com nenhuma pomada e persistem por mais de 4 semanas. É um câncer que tem, felizmente, bom prognóstico com o diagnóstico precoce e com o tratamento que consiste em uma pequena cirurgia para sua remoção completa.

Importante: quem usa continuamente a hidroclorotiazida não deve, sob nenhuma hipótese, suspendê-la subitamente por conta deste alerta. Mantenham o medicamento e conversem com seu médico pra obter as melhores informações relativas ao seu caso. Cada um é um e só o médico é que pode fazer a orientação correta.


Alerta feito pela agência sobre o aumento de risco de câncer de pele não pode ser generalizado

Logo após a divulgação do alerta, a Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (Socergs) se posicionou sobre as afirmações feitas pela Anvisa. Em comunicado, a Socergs afirma que o alerta feito pela agência sobre o aumento de risco de câncer de pele decorrente do uso do medicamento hidroclorotiazida não pode ser generalizado, e que os estudos de base foram feitos em uma parcela de pacientes que não representa a realidade.

Segundo o presidente da Socergs, o alerta divulgado pela Anvisa se baseia em um registro para levantar a hipótese de que o uso da hidroclorotiazida é responsável pelo câncer de pele não melanoma, e não em um estudo clínico.

— Há estudos que avaliaram mais de 40 mil pacientes e não encontraram relação entre o medicamento e o câncer de pele não melanoma. Esse tipo de câncer tem relação com a exposição direta ao sol, independente do uso do remédio ou não — .

Divulgações de informações como essa são de extrema irresponsabilidade, considerando o fato de que muitos não têm acesso fácil a um médico e que, ao deparar com este tipo de declaração, podem descontinuar o uso do medicamento sem antes consultar um especialista.

— Isso faz com que as pessoas deixem de tratar a hipertensão, que é muito comum, por medo de ter câncer de pele não melanoma, que é de fácil tratamento — explica.

O motivo da relação entre o medicamento usado para o controle da hipertensão e câncer de pele se dá pelo fato de que, assim como em casos de outros medicamentos, acredita-se que ele torna a pele mais sensível ao sol, o que não significa que seja o responsável direto pelo câncer.

— As pessoas precisam estar cientes de que o que causa o problema de pele é a exposição direta ao sol, e não a hidroclorotiazida. Sendo assim, para evitar este tipo de câncer, é preciso tomar os cuidados necessários em relação a exposição solar, e não suspender o remédio —.

Com Informação de ANVISA, G1.

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