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Principais Interações entre Medicamentos

As interações medicamentosas pode abolir o efeito do medicamento ou potencializá-lo além do seguro, podendo, em casos extremos, gerar depressão respiratória e até morte”, alerta Luciane Cruz Lopes, farmacologista e consultora do Ministério da Saúde e coordenadora da Comissão Multidisciplinar de Revisão da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais no Brasil (SP).

Não há um levantamento preciso, mas estima-se que, somente no Brasil, o número de medicamentos disponíveis fique entre 50 e 60 mil. E em algum momento da vida é muito provável que a pessoa tenha de tomar mais de um remédio. Por isso, contar com acompanhamento médico e manter-se informada são cuidados essenciais.


Antidepressivos x erva-de-são-joão

A erva é a que leva o nome científico de Hypericum perforatum. Ela é bastante usada como antidepressivo, mas, quando associada a outros medicamentos alopáticos, como a fluoxetina ou a sertralina, pode potencializar seu efeito e causar alterações no sistema nervoso central. A erva também diminui o efeito da ciclosporina, droga que evita rejeição nos transplantes de órgãos, dos quimioterápicos e de antivirais contra o vírus HIV.


Ácido acetilsalicílico x chá de camomila


Tanto o ácido quanto a camomila contêm anticoagulantes. No caso da erva, são as cumarinas. “Isso aumenta o risco de sangramento”, diz José Ruben de Alcântara Bonfin, médico sanitarista e diretor executivo da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (SP). Mas como a quantidade presente no chá é pequena, a chance de isso acontecer também não é grande. Já no caso do uso associado da ginkgo biloba, o risco é maior. É que na planta há um grupo de substâncias chamadas triterpenos, que dificultam a agregação das células do sangue chamadas plaquetas e, consequentemente, também aumentam o risco de hemorragia.


Antibiótico x leite


Você já deve ter ouvido da sua mãe o seguinte conselho: “tome seu remedinho com leite para proteger o estômago”. Dessa vez, desobedeça, porque se trata de um duplo erro se esse medicamento for um antibiótico. Primeiro porque o leite não protege o estômago. Segundo porque o cálcio atrapalha o efeito principalmente da tetraciclina, que trata infecções.


Sibutramina / finasterida


A primeira é usada por quem está tentando emagrecer, porque reduz o apetite. Já a segunda trata a queda de cabelo. Embora não seja uma associação muito comum, há casos descritos pela medicina que mostram que a mistura pode levar a um surto psicótico. O mecanismo ainda precisa ser mais bem explicado, mas tudo indica que a combinação aumenta a quantidade dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina disponíveis no cérebro, o que levaria à condição.


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Álcool e Medicamentos

Antibiótico: não diminui o efeito, mas o tempo que a substância permanece na corrente sanguínea em níveis adequados, porque aumenta a eliminação de urina. Assim, um remédio que era para ter efeito durante oito horas, pode durar apenas sete.

- Antidepressivos e drogas sedativas: potencializa o efeito, porque também age sobre o sistema nervoso central. Pode também levar ao aumento da pressão sanguínea.

- Benzodiazepínicos (usados para equilibrar a tensão e a ansiedade): provoca uma depressão do sistema nervoso central, podendo levar à morte.

- Lítio (usado como antidepressivo): a ingestão do álcool aumenta a perda de água pelo organismo, prejudicando a eliminação das toxinas provenientes desse medicamento.

- Medicamentos para o coração, como propranolol: a associação pode provocar sonolência,desfalecimento e ainda reduzir o efeito terapêutico.


Barbitúricos x antiácidos


Usados principalmente por quem tem problema para dormir, os barbitúricos são bem absorvidos pelo sistema digestório quando o meio é ácido. Os antiácidos — como o próprio nome já diz — alteram o pH principalmente da região do estômago e intestino. Assim, uma parte significativa dos barbitúricos vai parar na urina em vez da corrente sanguínea. Aí, já viu: noite em claro, na certa!


Anticoncepcionais x antibióticos

A briga é grande. Os dois acabam competindo e quem leva a melhor é o antibiótico. Ambos são processados no fígado, e o antibiótico acaba mobilizando a maior parte das enzimas que fazem o trabalho. Assim, os anticoncepcionais não são processados devidamente e, se não for tomado um cuidado adicional, como o uso da camisinha, um bebê pode aparecer nove meses depois do tratamento. Esse alerta está em muitas bulas de pílula. Mas não são todos os antibióticos que provocam esse estrago. “Comprovação científica mesmo só há para a rifampicina, usada no tratamento de tuberculose, hanseníase e meningite”, exemplifica José Ruben.

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Antiespasmódicos x anti-histamínicos


Os primeiros são usados para diminuir os gases e a sensação de barriga estufada e o segundo, como antigripais e antialérgicos. Ou seja, estão entre as drogas mais usadas na automedicação. Isso é um problema porque, quando ingeridos juntos, os efeitos dos antiespasmódicos são potencializados, podendo aparecer palpitações, arritmia e boca seca.


Antagonistas da vitamina K  e folhas escuras 


Facilita a coagulação do sangue e os antagonistas dessa vitamina são drogas que, no dito popular, “afinam o sangue”. Ou seja, evitam que se formem coágulos na corrente. Acontece que todas as folhas são ricas nesse tipo de vitamina. Assim, se combinados, por mais que o remédio trabalhe, não dá conta de neutralizar toda a vitamina K que circula no organismo.

Fonte: Corpo a corpo

Quanto tempo demora para que os Antidepressivos faça efeito?


A demora do efeito dos medicamentos antidepressivo tem sido bastante relatado por pessoas que lidam com a depressão ou outros tipos de doença mental.


Durante um período médio de 4 a 6 semanas as pessoas costumam ficar aflitas para que a medicação escolhida pelo médico tenha efeito positivo e melhore a depressão. Mas afinal quanto tempo é preciso esperar para que o medicamento tenha o efeito desejado e qual a razão da demora?

Razão da demora do efeito antidepressivo


Pesquisadores descobriram uma razão de tal demora do efeito antidepressivo, os neurocientistas identificaram um mecanismo previamente desconhecido de ação de inibidores da recaptação da serotonina ou ISRSs (Fluoxetina, Sertralina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram), o tipo mais comumente prescrito de antidepressivo. 

De acordo com os estudos, a ciência não sabe bem o que causa a depressão, ou como tratá-la de forma eficaz. No entanto, os ISRSs funcionam impedindo a reabsorção de serotonina de volta para as células nervosas (neurônios).

Os antidepressivos se acumulam em manchas da membrana celular chamadas “jangadas lipídicas” e a acumulação foi associada a níveis reduzidos de uma molécula de sinal importante nas jangadas. Isso levou os pesquisadores a ter um outro método de ação de como os ISRSs podem afetar o cérebro.

Os antidepressivos se ligam aos seus alvos dentro de minutos, porém podem levar até dois meses para começar a reduzir os sintomas da depressão. Os pesquisadores acham que talvez essas drogas tenham um sítio de ligação alternativo que é importante na ação das drogas para reduzir os sintomas depressivos.

É sugerido que a serotonina esteja em falta nas pessoas com depressão. ISRSs ligam-se a transportadores de serotonina – estruturas encaixadas dentro das membranas das células nervosas que permitem à serotonina para passar para dentro e para fora dos neurônios como eles se comunicam um com o outro. ISRSs bloqueiam o transporte de serotonina que foi lançada para o espaço entre os neurônios – a sinapse – de volta para os neurônios, mantendo portanto mais neurotransmissor disponível na sinapse, ampliando os seus efeitos e reduzindo os sintomas de depressão.

Os investigadores suspeitaram que a resposta retardada à droga antidepressiva ocorre devido aos efeitos de moléculas de sinalização em membranas de células nervosas chamadas de proteínas G.

Pesquisas anteriores mostraram que, em pessoas com depressão, proteínas G tendiam a se reunir em espécies de jangadas lipídicas, áreas da membrana rica em colesterol. Encalhado nas jangadas, as proteínas G não tinham acesso a uma molécula chamada AMP cíclico, que eles precisam para funcionar. A sinalização afetada poderia justificar porque as pessoas com depressão são “insensíveis” ao seu ambiente.

A equipe de cientistas banhou células gliais de rato, um tipo de células do cérebro, com diferentes ISRSs e com as proteínas G localizadas no interior da membrana celular. Eles descobriram que eles se acumularam nas jangadas lipídicas ao longo do tempo – e como eles fizeram isso, a quantidade de proteínas G nas jangadas diminuiu.

“O processo mostrou um intervalo de tempo consistente com outras ações celulares dos antidepressivos”, disse Rasenick.

“É provável que este efeito sobre o movimento das proteínas G fora das jangadas lipídicas para regiões da membrana celular onde eles são mais capazes de função é a razão pela qual estes antidepressivos levam tanto tempo para trabalhar.”

“Determinar o local exato de ligação poderia contribuir para a concepção de novos antidepressivos que aceleram a migração das proteínas G para fora das jangadas lipídicas, de modo que os efeitos antidepressivos possam se iniciar mais cedo.”

Rasenick já sabe um pouco sobre o sítio de ligação jangada lipídica. Quando ele encharcou neurônios de rato com um ISRS chamado escitalopram e uma molécula que era sua imagem no espelho, apenas a forma com destra da molécula se ligou à jangada lipídica.

“Esta modificação mínima na molécula a impede de ligação, de modo que ajuda a diminuir algumas das características do local de ligação”, disse Rasenick.

Portanto, essas novas descobertas excelentes sobre novos sítios de ligação dos antidepressivos nas membranas dos neurônios é muito importante para que no futuro as pessoas que tanto sofrem de transtornos mentais possam ter o tempo de melhora de suas implacáveis e torturantes angústias e sofrimentos diminuídos rapidamente.

Fonte:

Erb, S., Schappi, J., & Rasenick, M. (2016). Antidepressants Accumulate in Lipid Rafts Independent of Monoamine Transporters to Modulate Redistribution of the G protein, Gαs Journal of Biological Chemistry DOI: 10.1074/jbc.M116.727263

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