No Brasil a venda de anti-inflamatórios muitas vezes é feita sem a prescrição médica, e os pacientes costuma fazer o uso frequentemente, não sabendo os riscos que estão correndo, pois alguns tipos de anti-inflamatórios como os da classe dos inibidores COX-2 podem afetar a saúde do coração.
Os principais medicamentos desta classe são divididos em :
- Inibidores seletivos da COX-2: Meloxicam (Movatec), Etodolaco (Flancox), Nimesulida (Scaflam.
- Inibidores altamente seletivos da COX-2: Celecoxib (Celebra), Etoricoxibe (Arcoxia).
Os medicamentos que tem mais causado estes problemas cardíacos são os da classe dos
Inibidores altamente seletivos da COX-2.
Por que motivo estes medicamentos podem causar problemas cardíacos?
Por que motivo estes medicamentos podem causar problemas cardíacos?
Após vários anos de pesquisa, um estudo publicado no “Journal of Clinical Investigation”, traz a informação que investigadores americanos descobriram por que motivo os inibidores COX-2, fármacos que aliviam a dor da artrite e inflamação sem os efeitos gastrointestinais de outros analgésicos, podem causar problemas cardíacos em alguns pacientes.
Os investigadores do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, constataram que a produção de prostaglandinas por um tipo de células sanguíneas, os macrófagos, pode desempenhar um papel importante, especialmente nos rins e na pele.
Na opinião dos investigadores liderados por Ming-Zhi Zhang e Raymond C. Harris, estes achados podem conduzir ao desenvolvimento de uma nova classe de fármacos que aliviem, a dor sem causarem efeitos vasculares.
As prostaglandinas são produzidas pelas enzimas ciclooxigenases, COX-1 e COX-2, que têm, entre outros efeitos, um papel importante na inflamação. Por outro lado, os macrófagos estão também envolvidos na inflamação.
Contudo, a produção das prostaglandinas pelos macrófagos também parece ter um efeito protetor na função cardíaca, ao modelar a hipertensão e o edema, retenção de fluidos, na resposta a uma dieta rica em sal.
Neste estudo realizados em ratinhos, os investigadores constataram que quando a enzima COX-2 nos macrófagos estava bloqueada, impedindo consequentemente a produção de prostaglandinas, a hipertensão e o edema pioravam.
Uma vez que os investigadores já conhecem melhor este processo, a esperança é que sejam capazes de desenvolver novos fármacos que aliviem a dor e a inflamação sem afetar o sistema que regula a pressão sanguínea e retenção de fluidos. Ao conseguirem isto estariam mais próximos de cumprir a promessa original dos inibidores COX-2.
Recomendações da Anvisa quando ao Uso de Inibidores da COX-2
- Tendo em vista recentes mudanças no conhecimento do perfil de segurança dos inibidores de COX-2, é indispensável que prescritores e dispensadores se mantenham constantemente atualizados quanto aos fármacos dessa classe terapêutica.
- O uso de coxibes deve ser considerado somente para pacientes com significante risco aumentado de sangramento gastrintestinal e sem risco simultâneo de doença cardiovascular.
- Nenhum anti-inflamatório deve ser utilizado sem a devida prescrição de médico ou de cirurgião-dentista.
- Sempre solicitar esclarecimentos ao prescritor sobre os benefícios e riscos do tratamento.
- A dispensação de anti-inflamatórios prescritos deve ser feita sob orientação de farmacêutico.
- Seguir rigorosamente a posologia conforme a prescrição determinada.
- Está contra-indicado o uso de inibidores seletivos de COX-2 em pacientes sob tratamento com ácido acetilsalicílico como antiagregante plaquetário.
- Pacientes tratados com qualquer inibidor seletivo de COX-2, e que tenham doença cardíaca isquêmica ou doença cardiovascular, devem ter seus tratamentos substituídos, tão logo seja possível, por inibidores não seletivos de COX-2.
Com informações de ALERT Life Sciences Computing, S.A e Anvisa.