O omeprazol é um inibidor da bomba de próton que atua diminuindo a quantidade de ácido produzida pelo estômago.
Principais Indicações :
- Úlceras gástricas (estômago) e duodenais (intestino)
- Refluxo gastroesofágico (quando o suco gástrico do estômago volta para o esôfago)
- Usado também na combinação com outros antibióticos para tratar as úlceras associadas às infecções causadas pela bactéria Helycobacter pylori.
- Tratar a doença de Zollinger-Ellison, que ocorre quando o estômago passa a produzir ácido em excesso.
- Dispepsia, condição que causa acidez, azia, arrotos ou indigestão.
- Usado também para evitar sangramento do trato gastrintestinal superior em pacientes seriamente doentes.
Reação Adversa mais comum (ocorrem entre ≥ 1% e 10% dos pacientes):
- Dor de cabeça, diarreia, constipação, dor abdominal, náusea, flatulência (gases), vômito, regurgitação, infecção do trato respiratório superior, tontura, rash (erupção cutânea), astenia (fraqueza), dor nas costas e tosse.
EFEITOS INDESEJADOS QUE PODE OCORRER COM O USO CONTÍNUO
A maioria dos efeitos indesejados do uso de inibidores da bomba (IBP) de próton ocorrem com o seu uso crônico, por vários anos.
No que se refere à segurança dos IBP não há efeitos adversos graves em tratamentos em curto período de tempo, no entanto, potenciais riscos estão relacionados a tratamentos prolongados, dentre os quais se incluem:
- Variações na biodisponibilidade de outros medicamentos
- Deficiência de vitamina B12
- Diarreia por Clostridium difficile
- Fratura óssea
- Desenvolvimento de gastrite atrófica, precursora de câncer.
Alteração da Mucosa Gástrica
Em estudo realizado pelo Serviço de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná observaram que 27,3% dos pacientes em uso prolongado de omeprazol apresentaram alterações proliferativas na mucosa oxíntica (glândulas presentes na mucosa gástrica). A maioria era do sexo masculino, com idade igual ou superior a 60 anos e faziam o uso de IBP em tempo igual ou superior a 24 meses. Ainda, de acordo com os autores os pólipos fúndicos esporádicos foram as únicas alterações encontradas.
Pode ocorrer desenvolvimento de gastrite atrófica, que consiste em uma gastrite crônica, com redução do número de glândulas, adelgaçamento da mucosa e alteração nas células do epitélio gástrico (metaplasia).
Diminuição da Absorção de Cálcio
O uso IBP está relacionado ao aumento de fraturas osteoporóticas e não osteoporóticas, estudos demonstram que a ocorrência das quedas relaciona-se ao tempo de uso e a dose. O mecanismo para esse aumento de quedas está relacionado a diminuição da absorção de cálcio devido modificações na secreção de ácido gástrico, apresentam-se que como maior parte do cálcio é na forma de sais insolúveis em água e como a solubilidade de cálcio dependente da acidez, a dissolução e absorção de cálcio é prejudicada devido a elevação do pH gástrico. Os IBP podem acarretar aumento no risco de fraturas de coluna, punho e total em mulheres pós-menopáusica
Em um trabalho publicado na Revista Brasileira de Ortopedia foram avaliadas as características ósseas de ratos que receberam ingestão diária de omeprazol durante 90 dias consecutivos em quatro diferentes doses (300, 200, 40 e 10 μmoL/Kg/dia). Os resultados desse estudo demonstram a influência da dosagem desse medicamento na densidade mineral óssea, uma vez que o grupo que recebeu a maior dose (OMP 300) apresentou menor mineralização óssea quando comparado ao grupo controle (Cont), resultado que pode ser associado à diminuição da concentração de Ca++ sérica nesse grupo. Contudo, não foi observada influência do uso de omeprazol nas propriedades mecânicas do tecido ósseo.
Em um estudo feito em 1993 por Mizunashi observou‐se a desmineralização óssea do fêmur dos ratos submetidos à administração diária de 300 μmoL/Kg/dia de omeprazol, o que pode sugerir uma predisposição para fraturas ósseas.
Hipomagnesemia
O uso de IBP está ligado a ocorrência de hipomagnesemia, o que pode causar convulsões e hipocalcemia, indicando que o uso prolongado de IBP pode inibir o transporte ativo de magnésio no intestino, podendo resultar em complicações graves relacionadas a hipomagnesemia.
Estudos epidemiológicos mostram uma relação entre o uso em longo prazo de inibidores de bomba de prótons e o metabolismo ósseo.
A falta de acidez reduz a absorção de magnésio e cálcio, podendo levar, a longo prazo, à redução da densidade dos ossos e maior risco de fraturas, principalmente em idosos. A absorção de vitamina B12 e ferro também estão reduzidas.
Diminuição da Acidez Gástrica pode ocasionar Infecções
Nos paciente que fazem uso de omeprazol ou similar por tempo prolongado, a crônica redução da acidez gástrica pode facilitar a ocorrência de alguns problemas. O principal é o crescimento de bactérias no estômago, que habitualmente são inibidas pela acidez gástrica. Infecções intestinais por bactérias como Campylobacter, Salmonela e clostridium são mais comuns que na população em geral. O risco de pneumonia também torna-se maior.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DOS INIBIDORES DA BOMBA DE PRÓTON
O omeprazol, pantoprazol, lansoprazol e outros IBP podem apresentar interações medicamentosas com diversos medicamentos. As situações mais comuns serão descritas abaixo.
1- Os IBP podem reduzir a ação das seguintes drogas:
– clopidogrel, anti-fúngicos (ex: fluconazol, cetoconazol e itraconazol), micofenolato mofetil, mesalamina, indinavir, nelfinavir, risedronato, fenitoína e rifamicina.
2- Os IBP podem aumentar a ação das seguintes drogas:
– metotrexato, anfetaminas, benzodiazepinas (ex: diazepam), carvedilol, citalopram, escitalopram, ciclosporina, tacrolimos, e varfarina.
3- Anticoncepcional
O omeprazol, pantoprazol, lansoprazol e similares não interferem no efeito da pílula anticoncepcional.
Fonte : MDSaúde, Revista Brasileira de Ortopedia